Como a crise mundial do petróleo, um governo que incentivou o uso do álcool como alternativa e sagazes engenheiros da indústria automobilística...
Como a crise mundial do petróleo, um governo que incentivou o uso do álcool como alternativa e sagazes engenheiros da indústria automobilística, conseguiram revolucionar para sempre como são os motores e como são vistos carros atualmente, tendo que recorrer a criar o primeiro carro movido a álcool no Brasil ainda no século passado? | ||
Nessa linha, hoje vamos demonstrar como foi a história do primeiro carro que usava 100% álcool em seu motor e como isso marcou uma geração inteira no Brasil e no mundo. Dessa forma, você que é um apaixonado por carro fique com a gente até o final, pois vamos passar por diversas curiosidades e histórias que valem a pena saber | ||
Portanto, desde como foi pensado o motor a álcool, as modificações necessárias com um motor 100% gasolina e os incentivos velados, até mesmo, a grande consagração que foi uma viagem por quase todo o território brasileiro para provar que o carro conseguia substituir o motor a gasolina sem problema nenhum, serão demonstrados por aqui. | ||
Uma grande invenção precisaria de um carro icônico | ||
Fiat 147, isso mesmo, se você não é de outro planeta, com certeza já ouviu falar desse carro, até mesmo se você é bem novo, seus pais ou avós tem uma história com o famoso Fiat 147. Pois bem, saiba que o primeiro carro a álcool do Brasil foi justamente um Fiat 147. | ||
Nessa linha, no dia 5 de julho de 1979, o Fiat 147 totalmente com o motor a álcool estreava, com um motor de 1.3 cm³ e com o funcionamento a álcool hidratado, foi considerado a invenção mais importante da época e marcou para sempre a década de 70 na história do automobilismo brasileiro. | ||
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Fiat 147 | ||
Assim, ele apresentava uma ótima alternativa a combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel e tinha um motor potente que foi bem adaptado para a sua função, que tinha quatro cilindros, 1.300 cm³, com 62 cavalos e uma taxa de compressão 11,2:1 versus 7,2:1 no motor do mesmo porte que funcionava totalmente a gasolina. | ||
Desenvolvimento do Fiat 147 a álcool | ||
A primeira versão do carro a chegar no Brasil foi a gasolina, assim, ele já começou a ser fabricado em território nacional logo de cara, porém, a Fiat já imaginava ideias para adaptar o motor e pensar em um carburador a álcool. | ||
Isso se dava pelos incentivos fiscais que o governo oferecia com o chamado Programa Pró- Álcool, que foi criado por decreto do governo em 14 de novembro de 1975. | ||
Com isso, depois de fazer competições internas com seus engenheiros da época, a Fiat lançou o primeiro protótipo do carro com motor a 100% de álcool hidratado em 1978 e começou a fazer o que hoje é conhecido como “o grande teste definitivo” que andou pelo Brasil todo. | ||
Assim, o Fiat 147 andou por 6.800 km no período de 12 dias, sendo por volta pouco mais de 500 quilômetros por dia rodado e isso fez o carro ser respeitado. | ||
Desse modo, esse respeito foi derivado, pois o carro passou por diversos testes que só as estradas poderiam oferecer, passou por ruas íngremes, estradas de terra, subidas, descidas, partes alagadas e como passou por quase toda uma linha no Brasil, sofreu com as temperaturas que os brasileiros sofrem. | ||
Dando um total de 30 graus celsius de diferença durante todo o trajeto, detalhe, o motor não sofreu nenhum problema e aguentou tão bem, ou até mais, que um carro com motor 100% a gasolina na época. | ||
O que chamou a atenção no Fiat 147 a álcool | ||
Depois de feito esse teste, foram colhidos os dados de todo o percurso disponibilizado para as pessoas se deliciarem com as estatísticas. O que causou surpresa e animação em todos. | ||
O carro teve uma potência geral um pouco maior que o seu igual a gasolina, pois tinha como necessidade dar conta do consumo de 62 cavalos, versus o de 61 cavalos que era o modelo a combustível fóssil. | ||
Porém, essa compressão maior foi melhor para o torque do carro, com isso, fazendo retomadas na pista com acelerações em pequena ou em média rotação. | ||
Mas o que realmente importava e o que todos queriam saber no fim das contas, sem contar esses detalhes técnicos do motor e de desempenho era sobre o preço por quilômetro rodado, em outras palavras, quanto ficaria mais barato um carro com motor a álcool, frente a um carro com motor a gasolina. | ||
A resposta é assustadora, pois foi menos da metade de custo, com os preços praticados na época, ou seja, o Fiat 147 a gasolina iria sofrer uma derrocada de vendas frente ao seu novo “irmão”. | ||
Curiosidades do Fiat 147 a álcool e o porquê foi dado tantos incentivos | ||
De início, o porquê de todo esse incentivo vem da crise do petróleo de 1973, que teve derivações da Guerra de Yom Kippur, com países árabes que faziam parte da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) aumentando o preço do barril de petróleo em quase 400%. | ||
Dessa forma, com o custo muito alto até para a importação, o governo brasileiro, que na época era a ditadura militar, fez o programa Pró- Álcool para incentivar o consumo do combustível derivado da cana de açúcar, pois era um produto farto em terras nacionais. | ||
Com isso, a indústria automobilística ficou de olho em como fazer um motor a álcool e o resto da história você conseguiu perceber no decorrer deste artigo. | ||
Agora no campo das curiosidades acerca do primeiro carro a álcool do país, o Fiat 147, temos algumas que valem a pena ser lidas, sendo a primeira o Rallye Internacional do Brasil, que foi disputado no mesmo ano do lançamento do carro, composta por uma equipe só de mulheres. | ||
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Fiat 147 Rallye | ||
A segunda curiosidade é o nome popular que o Fiat 147 conquistou na época, com isso, ele era conhecido como “caninha”, isso porque o cheiro que escapava do seu escapamento era muito forte de álcool, com o que fez ele ganhar esse apelido “carinhoso” da população no fim dos anos 70 e início dos anos 80. | ||